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Você sabe o que é TDAH?

Hoje vamos falar sobre o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), que é um transtorno que geralmente se desenvolve em cerca de 5 a 8% das crianças. Muitos adolescentes e adultos deixam de manifestar os sintomas do TDAH naturalmente conforme se desenvolvem, mas cerca de 50% das pessoas com o transtorno continuam manifestando os sintomas do TDAH ao longo da vida adulta.

As causas da TDAH

As causas do TDAH ainda não são completamente compreendidas. Porém, os estudos apontam para a necessidade de uma combinação de fatores ambientais, genéticos e biológicos para a manifestação do TDAH.

 

Tipos e sintomas de TDAH

Desatento

  • Desvia facilmente a atenção do que está fazendo e comete erros por prestar pouca atenção a detalhes. Muitas vezes distrai-se com seus próprios devaneios ou então um simples estímulo externo tira a pessoa do que está fazendo.
  • Dificuldade de concentração em palestras, aulas, leitura de livros… (dificilmente termina um livro, a não ser que o interesse muito).
  • Às vezes parece não ouvir quando o chamam (muitas vezes é interpretado como egoísta, desinteressado…)
  • Durante uma conversa pode distrair-se e prestar atenção em outras coisas, principalmente quando está em grupos. Às vezes capta apenas partes do assunto ou enquanto “ouve” já está pensando em outra coisa e interrompe a fala do outro.
  • Relutância em iniciar tarefas que exijam longo esforço mental.
  • Dificuldade em seguir instruções, em iniciar, completar e só então, mudar de tarefa (muitas vezes é visto como irresponsável).
  • Dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas, arquivos, papéis…) e com o planejamento do tempo (costuma achar que é 10 e que o dia tem 48h).
  • Problemas de memória a curto prazo: perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas… Durante uma fala, pode ocorrer um “branco” e a pessoa esquecer o que ia dizer.

Impulsivo

  • Inquietação – mexer as mãos e/ou pés quando sentado, musculatura tensa, com dificuldade em ficar parado num lugar por muito tempo. Costuma ser o “dono” do controle remoto.
  • Faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre a mil por hora, em busca de novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio.
  • Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes é visto como imaturo, insaciável.
  • Pode falar, comer, comprar,… compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho. Muitos acabam estressados, ansiosos e impacientes: são os workaholics.
  • Tendência ao vício: álcool, drogas, jogos, Internet e salas de bate papo…
  • Interrompe a fala do(s) outro(s); sua impaciência faz com que responda perguntas antes mesmo de serem concluídas.
  • Costuma ser prolixo ao falar, perde sua objetividade em mil detalhes, sem perceber como se comunica. No entanto, não tem a menor paciência em ouvir alguém como ele, sem dar-se conta que é igual.
  • Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe.
  • Impaciência: não suporta esperar ou aguardar por algo: filas, telefonemas, atendimento em lojas, restaurantes…, quer tudo para “ontem”.
  • Instabilidade de humor: ora está ótimo, ora está péssimo, sem que precise de motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que costuma estar em eterno conflito.
  • Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não acompanham a velocidade da sua mente. Muitos quando estão em grupo, falam sem parar sem se dar conta que outras pessoas gostariam de emitir opiniões, fazer colocações e o que deveria ser um diálogo, transforma-se num monólogo que só interessa a quem está falando.
  • A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras e/ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa.
  • Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição. Rompe com certa facilidade relacionamentos de trabalho, sociais e/ou afetivos.
  • Pode mudar inesperadamente de planos, metas…
  • Sexualidade instável: pode alternar períodos de grande impulsividade sexual com outros de baixo desejo.
  • Hipersensibilidade: pode melindrar-se facilmente, tendo uma tendência ao desespero, como se seu mundo fosse desmoronar-se a qualquer instante, incapacitando-o muitas vezes de ver a realidade como ela realmente é, e buscar soluções.

Misto

É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características do tipo desatento e 6 ou mais características do tipo hiperativo/impulsivo, de forma crônica e desde criança para haver possibilidade de diagnóstico de TDAH (DDA).

 

Quais as principais consequências?

As pessoas com transtorno de deficit de atenção (TDAH) tem maiores tendências a desenvolver depressão, fobias, angústia, transtorno de ansiedade, TOC, Transtornos de sono, Transtorno de personalidade anti-social, obesidade além de terem maiores chances de sofrer acidentes de carro e cometer erros.

Todas essas consequências podem ser amenizadas com o tratamento adequado e medicamentos. Por isso, a importância de um diagnóstico o quanto antes. Pessoas não diagnosticadas não receberão tratamento e certamente continuarão sendo rotuladas de preguiçosas e malcriadas.

As pessoas que não recebem tratamentos adequados podem ter mais “prejuízos” ao longo dos anos, seja em sua vida pessoal ou profissional.

Essas consequências estão diretamente relacionadas a desempenho, autoconfiança, autoimagem, rejeição social, assim como influência direta em sua vida profissional como maior taxa de desemprego, conflito interpessoal, entre outros.

 

Os tratamentos para o TDAH

O TDAH não tem cura, mas existem muitos tratamentos terapêuticos que permitem as pessoas com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade desenvolvam diferentes habilidades, vivam com qualidade, sejam socialmente inseridos e alcancem grandes objetivos.

O profissional vai avaliar cada caso de maneira muito individual, seja criança, adolescente ou adulto. As respostas frente ao tratamento também são diferentes para cada paciente, por isso, é tão importante que haja acompanhamento médico, psicológico, educacional e familiar bastante próximo.