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Transtorno de ansiedade de separação da infância

A ansiedade de separação é o nome atribuído ao sentimento de uma criança quando ela nota que está afastada dos pais – ainda que seja por poucos instantes. Ela faz parte do desenvolvimento e costuma ter seu pico entre o 10º e o 18º mês de vida. O início, no entanto, pode ser bem antes: já a partir do 4º mês, quando o bebê começa a perceber que a mãe é uma pessoa distinta dele, apesar de depender dela inteiramente, e isso se transforma em um temor de que ela desapareça ou o abandone.

Esta ansiedade é desproporcional ao nível de desenvolvimento da criança e persiste por 4 semanas no mínimo. Sintomas que causam sofrimento intenso e prejuízo significativos na vida do paciente. Durante uma crise pode ocorrer sintomas como dores de cabeça, dores abdominais, náuseas, dores no peito, vômito e até taquicardia. Pesadelos e recusa escolar são comuns nesse caso, as crianças normalmente desejam sair, mas sentem um sofrimento intenso, acompanhado de manifestações somáticas, prejuízo da autonomia, baixa autoestima,  episódios de humilhação e medo.

Sinais de alerta para detectar a ansiedade de separação em crianças

  • Sofrimento exagerado frente a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou dos pais ou outras figuras importantes de vinculação;
  • Preocupação excessiva acerca dos possíveis perigos envolvendo os pais ou outras figuras importantes de vinculação;
  • Preocupação persistente de que algo indesejado possa provocar a separação (sequestro, morte, acidente);
  • Relutância exagerada em ir para a escola em função do medo de separar-se dos pais ou das outras figuras importantes de vinculação;
  • Medo exagerado de ficar sozinho;
  • Recusa de dormir longe dos pais ou das outras figuras importantes de vinculação;
  • Pesadelos constantes envolvendo o tema da separação;
  • Queixas de sintomas somáticos quando separado ou quando a separação dos pais ou das outras figuras importantes de vinculação está prevista.

Como se diagnostica o transtorno de ansiedade por separação?

Se você acha que seu filho apresenta três ou mais desses sintomas, pode ser que esteja sofrendo com esse transtorno.

Existem dois métodos que podem ajudar você com a situação de uma maneira positiva.

A terapia poderia ser considerada o tratamento mais eficaz. A terapia cognitivo-comportamental, em particular, encarrega-se de ensinar às crianças técnicas para lidar com a ansiedade, como a respiração profunda e o relaxamento.

Por outro lado, a terapia de interação entre pais e filhos é outra maneira de tratar o transtorno de ansiedade por separação. No que diz respeito aos pais, pode ser dividida nas seguintes três fases principais do tratamento:

Tratamento

O principal aspecto no tratamento é o desenvolvimento de uma relação saudável e de confiança entre os pais e a criança. Quando há recusa escolar o retorno deve ser o mais rápido possível para evitar o prejuízo no desempenho acadêmico, contudo o retorno deve ser gradual, na verdade trata-se de uma readaptação que deve respeitar o grau de sofrimento da criança. A família e a escola devem estar em sintonia com o tratamento. Na recuperação da criança devem ser reforçadas a confiança e independência, enfatizando suas conquistas.O uso de medicações é necessário quando a criança está sofrendo algum prejuízo como perda no rendimento escolar.